Será que agora está a dizer a verdade? Muitos anos passaram desde que este caso começou, mas apenas com o tempo algumas verdades continuam a ser reveladas ao público e também aos tribunais.
Pedro Custódio foi na altura uma das testemunhas mais credíveis deste caso e teve protecção policial durante mais de dois anos, mas pelos vistos as suas declarações não terão sido totalmente verdadeiras.
Durante uma entrevista ficou registado em vídeo várias das suas mentiras. Ele confessou várias delas e ainda foi apanhado em outras mentiras durante a entrevista.
Isto mudou completamente o processo “Casa Pia”. Veja abaixo toda a entrevista em vídeo e em texto:
Em vídeo:
Em texto:
DE QUEM FOI A IDEIA DA ENTREVISTA?
A ideia da entrevista foi do próprio entrevistado. Ele ligou-me várias vezes para ir ter com ele a Aveiras de Cima, onde diz que vive, e como nunca fui, ele disse que vinha ter comigo ao jornal. Agendei um dia e ele apareceu.
ELE CONCORDOU EM DAR A ENTREVISTA GRAVADA?
Sim ele concordou em dar a entrevista e foi filmado pelo jornalista Tiago Cardoso Pinto. Sabia que estava tudo a ser gravado e filmado.
PORQUE É QUE ACHAS QUE ELE MENTIU?
Acho que ele mentiu pela mesma razão de todas as outras alegadas vítimas do processo da alegada rede de ped0f1lia que operava na Casa Pia: Dinheiro! No final do processo não há rede de ped0f1lia, não há “casa das 0rg1as” e os arguidos estão presos por alegados abusos praticados de forma isolada sobre indivíduos como este, que receberam 50 mil euros de indemnização, ainda com o processo em curso e depois de terem acusado os arguidos em tribunal.
PAGASTE-LHE ALGUMA COISA PELA ENTREVISTA?
Sim, paguei. No decurso das entrevistas paguei alguns almoços, cafés e imperiais. Ao Pedro Custódio, por exemplo, paguei-lhe um Sumol. Ao Ilídio Marques paguei alguns pastéis de nata. Ao arguido Carlos Silvino paguei compras no supermercado e medicamentos porque depois de ele ser condenado foi abandonado pelo Ministério Público e estava doente e a passar fome. Antes de ser jornalista, sou um ser humano e tenho coração. Não podia deixar uma pessoa com fome e a precisar de medicamentos ao abandono. Mas foi isso que o procurador da República e os juízes do processo fizeram. Carlos Silvino está melhor na prisão e está melhor. Ao menos não lhe falta comida e medicação. As autoridades serviram-se dele para condenar inocentes e depois abandonaram-no. Esta forma de fazer (in)Justiça é desumana e execrável.
FOSTE ACUSADO DE O “COMPRAR”, POR QUANTO? E QUANTO GASTASTE APROXIMADAMENTE EM ADVOGADOS?
Ele acusou-me de o ter abordado na Baixa de Lisboa e de lhe ter dado um cheque de 15 mil euros para ele mudar a versão que dissera em tribunal. Disse à PSP que ficou tão irritado que rasgou o cheque. Não foi preciso recorrer a advogado, porque eu provei que naquele dia estava numa reunião na Paróquia de Massamá a preparar a primeira comunhão da minha filha e a PSP simplesmente pediu ao Ministério Público para arquivar o processo.
Em suma, apenas gastei o dinheiro e perdi o tempo das minhas deslocações de Massamá para a esquadra do Calvário, em Lisboa. Digamos que esta alegada vítima me custou com a sua mentira várias dores de cabeça e 80 euros perdidos. Mas o que me irrita, é que depois não acontece nada a quem inventa estas coisas. Se eu o quisesse processar por injúrias tinha de pagar pelo menos 105 euros correspondentes a uma unidade de conta e contratar advogado. Acontece que o rapaz não tem onde cair morto e nunca vai ter dinheiro para me ressarcir. Fazer o quê? Já me esqueci dele. Só quero é que os juízes olhem para isto e reponham a verdade no Processo Casa Pia, libertando os inocentes – pelo menos dos crimes de que foram acusados e pelos quais foram condenados – que estão presos na Carregueira.
Como é dito no vídeo, existem provavelmente pessoas na prisão por este tipo de “testemunhas credíveis” neste processo. O que é que o leitor pensa sobre este caso?