Menina de 12 anos morre, médica da CUF dizia que era birra e mandou a mãe levá-la ao psiquiatra

Num longo testemunho, Alexandra Martinho conta com algum detalhe o caso que começou na última terça-feira antes das férias do Natal. Na mensagem, a mãe de Leonor queixa-se do tratamento que teve na segunda visita ao hospital privado, e louva o empenho da equipa médica do Hospital Garcia de Orta, em Almada:

“A Leonor na 3ª feira antes de as aulas terminarem deu um jeito às costas. Ela desdramatizou o caso porque diz que foi a pôr a mochila (que andava sempre extremamente carregada) ao ombro e que tinha sentido apenas uma pontada. Ainda foi à aula de dança e ao almoço queixou-se que lhe estava a doer mais”, começa por explicar a mãe. Como a dor não passava, na quarta-feira foi com a filha à clínica da CUF no Monte da Caparica, onde a menina foi observada, fez análises e foi medicada para um problema muscular, que deveria ter passado em três a cinco dias.

No sábado seguinte, depois de a medicação não ter obtido resultados e de uma noite mal passada devido às dores, Leonor voltou às urgências do hospital privado, onde lhe foi atribuída a pulseira laranja na triagem. “Fomos atendidas por uma pediatra que nem a camisola lhe mandou tirar. Mandou aplicar-lhe por via intravenosa, a medicação que ela tinha estado a tomar em casa. A Leonor adormeceu quando estava a receber o tratamento (estava exausta), mas quando acordou começou novamente a gritar com dores“. Segundo Alexandra Martinho, a equipa médica suspeitou que se tratasse de “uma chamada de atenção” e pediu-lhe que marcasse uma consulta em pedopsiquiatria, já que a medicação era muito forte a menina não “podia estar com tantas dores”. Teve alta, mas não melhorou.

“De sábado para domingo foi a pior noite, a Leonor não parava com dores, nem sequer com medicação, nem no sofá, nem na cama. Medi-lhe a temperatura, tinha 34,7º, estava a entrar em hipotermia, quando a fui vestir tinha o corpo com manchas roxas. Chamei o INEM”, que levou a criança “hipotensa e com taquicardia” para o hospital de Almada. Feitos vários exames, a equipa médica detectou s4ngue no músculo do tórax. “Os médicos iam fazer-lhe uma TAC ao cérebro quando a minha menina entrou em paragem cardíaca. A primeira vez conseguiram reanimá-la, na segunda o coraçãozinho dela não resistiu. Os médicos suspeitavam de uma infecção ou de a Leonor estar a perder s4ngue”, esclarece a mãe, que revelava, na data da publicação, aguardar os resultados da aut0psia.

A menina morreu a 22 de dezembro, sabe-se agora que a menina tinha uma ruptura no baço, que obviamente, detectada a tempo, teria sido resolvida com uma intervenção simples.

FONTEjn.pt
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