No Hospital de Santa Maria, em Lisboa, multiplicam-se as queixas. “Estou com a minha mãe desde as 21h30”, diz a filha de uma senhora de 90 anos, quando o relógio bate a 00h30. “Isto é horrível porque ela é diabética e já teve um AVC. É muito tempo”, conta. “Estou aqui com a minha namorada há seis horas e não sabemos quando saímos. Parece que tem uma infeção há semanas”, afirma um jovem.
A maioria dos funcionários pede anonimato por medo da instauração de processos disciplinares, que alegam serem comuns. “Nunca querem que contemos o que corre mal, só o bem”, confessa a mesma fonte. Outra funcionária garante que a sobrelotação dos corredores não se deve ao pico da gripe. “Durante o verão a coisa acalma, mas garanto que isto nada tem a ver com o pico da gripe. Este é o cenário normal das nossas Urgências”, diz.
Macas nos corredores durante todo o ano
“Acontece durante o ano inteiro, até no verão, quando não há surtos de gripe nem de pneumonia. Há sempre macas nos corredores”, afirma ainda uma funcionária do hospital Amadora-Sintra.
Funcionários exigem reforços no hospital
No Amadora-Sintra faltam pelo menos 20 enfermeiros. “São os profissionais que garantem o normal funcionamento da unidade, fazendo muitas vezes turnos seguidos”, relata a mesma fonte.