Tribunal decide início da mesquita da Mouraria, dono dos prédios vai ser expropriado.

O projeto foi aprovado por unanimidade pela Câmara Municipal de Lisboa. Encontraram-se os apoios, nacionais e comunitários. A notícia foi amplamente divulgada e apresentada com mais uma boa medida para a integração dos imigrantes. A comunidade islâmica festejou, sobretudo os naturais do Bangladesh e do Paquistão que vivem e têm os seus negócios na Mouraria, para onde a futura mesquita está prevista.

Soube-se entretanto que nem todos os moradores, diga-se sociedade de acolhimento, via este espaço com bons olhos. E o proprietário dos prédios, oficialmente expropriado, contestou a decisão em tribunal: um processo para anular a expropriação e outro para contestar o valor das indemnizações.

“Prometeram a mesquita mas as obras nunca mais começam, estamos à espera, já perguntei quando começam mas eles também não sabem. Ficámos muito contentes quando ouvimos dizer que a mesquita ia ser aqui construída, só que nunca mais tem início”, lamenta o imã Sayekh Abu Sayed, que preside às cerimónias religiosas na atual mesquita que existe no Martim Moniz. E há um segundo espaço no local, mas ambos revelaram-se insuficientes perante a vaga de imigrantes que viajaram da península hindustânica, entre estes os muçulmanos do Paquistão e do Bangladesh.

António Barroso é o proprietário dos dois prédios que faltam desocupar, situados na Rua do Benformoso, entre os números 135 e 151-A, que confinam na Rua da Palma e onde será construída uma nova praça e edifícios para atividades culturais e uma mesquita. É um dos comerciantes da zona desde 1980. Morava em Arroios e decidiu investir no Martim Moniz, para onde se mudou e recuperou outros dois andares num prédio de três pisos para alojamento local. Comprou também o edifício do lado.

“Os prédios foram vendidos em 2006, estavam em ruínas e a Câmara Municipal de Lisboa (CML), que tinha o direito de preferência, não os quis comprar. Exigiu que as obras mantivessem a traça antiga porque estava numa zona histórica e com interesse arquitetónico, agora nada disso vale e quer deitá-los abaixo”, protesta.

FONTEdn.pt
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